17 de maio de 2007

じゅんじょうな かんじょう

Você já notou?
O inverno chegou,
estamos no cio,
como sempre!


Uns se guardando
para um futuro improvável,
ou fingindo, ou fugindo,
negando o inegável,
escondendo o que sentem,
competentes no não.


Outros, são tantos,
plantando as sementes,
com amor, sem amor,
que importa?
Dessa eternidade
feita de vestígios,
de rastros, duvidosa.


A primavera vai chegar,
o verão, o outono,
o inverno de novo...
Continuaremos no cio,
como sempre!

(Raymundo Sá, amigo meu!
autor de Infindável Saudade)

27 de abril de 2007

Não roube uma Ferrari se você não sabe pilotar

Estava tudo sujo e mal cuidado. Todos os dias eu me esforcei para arrumar e limpar tudo, ficou um brinco! Estava curtindo a minha paz e sensação de amplitude que a organização deu ao lugar. Daí que o chão tremeu, as janelas se abriram e o vento levou tudo ao chão. Uma loucura! Mas agora que o vendaval passou, me pergunto: Para quê?
Dizem que grandes desastres são na verdade catarses, e tudo acontece para que as coisas se organizem melhor depois da confusão.

A única coisa boa que o vendaval me trouxe foi a decisão de comprar o perfume pelo qual eu estava obcecada. Ótimo, de fato me sinto bem melhor afogando minhas mágoas e incertezas num impulso consumista.

Ora, seja mais gentil! O vendaval mostrou-me que ainda é possível gostar de verdade de alguém, naturalmente. Valeu, man, mas da próxima vez traz a reciprocidade junto, beleza?


25 de abril de 2007

Logica utens, logica docens


Estava estudando a matéria de Lógica, sobre provas informais, quando me deparei com o seguinte trecho que me fez rir um bocado:

"Raciocinar por casos é extremamente útil em argumentos do dia a dia. Por exemplo, um dos autores deste livro (vamos chamá-lo de J) e sua esposa um dia desses perceberam que a cartela de estacionamento (área azul) que tinham deixado no carro estava expirada fazia várias horas. J argumentou da seguinte forma para defender a posição de que eles não precisavam se apressar para voltar ao carro (os lógicos cotumam argumentar assim, não se case com um [ou uma]):

PROVA: No presente momento, ou já fomos multados ou não fomos. Se já recebemos uma multa, não receberemos outra durante o tempo que levará para chegarmos no carro, então, neste caso não há razão para nos apressarmos. Por outro lado, se mesmo com a cartela expirada há várias horas ainda não recebemos uma multa, é extremamente improvável que receberemos uma nos próximos minutos. Então nesse caso também não há razão para nos apressarmos. Em qualquer um dos casos, não há razão para pressa em voltar ao carro.

A esposa de J respondeu com o seguinte contra-argumento (mostrando que muitos anos de casamento com um lógico tem lá seu impacto):

PROVA: Ou nós vamos receber uma multa nos próximos minutos ou não vamos. Se vamos, então podemos evitá-la apressando-nos em voltar ao carro, o que seria uma boa coisa. Se não vamos receber uma multa nos próximos minutos, apressarmo-nos em voltar ao carro seria um bom exercício e também demonstraria nosso respeito à lei; e ambas estas coisas são boas. Então, em qualquer evento, apressarmo-nos em voltar ao carro é uma boa coisa a ser feita.

A esposa de J ganhou a discussão!!"


----- Que autor mais besta! :D


E essas aconteceram na faculdade:

(aula de Estética)
Professora (fazendo a chamada) - "...Daniel?"
Alguém - "ele não está"
Professora - "mas quem é Daniel, hein?"
Alguém - "é aquele cara alto, monitor de lógica..."
Professora - "aaah, sei, um rapaz. Sei, sei... um rapaz, sei."
Paulo - "Quantas sub-provas ela teve que fazer pra chegar a essa conclusão??"
Eu - "kkkkkkkkkkkk!!!"


(no departamento)
- ô Patrick, lembrei de você duas vezes ontem! Uma lembrança substitucional e outra objetual.
- Oh, não!
- A substitucional foi que a minha mãe fez peixe, daí peixe-> mar; mar -> praia; praia -> Redinha; Redinha -> Patrick. E a objetual é que ela, por algum motivo estranho que não estou reclamando, comprou arroz do Bob Esponja. Bom Esponja -> Patrick! Sacou, sacou?
- Ah, pára... estou ficando com medo!


...estou ficando tão nerd!!

17 de março de 2007

A tênue linha

Dizem que é uma tênue linha a que separa o amor do ódio. Estou experimentando a brusca mudança, e estou me sentindo muito, muito má. E com vontade de fazer muitas, muitas maldades. Estou me sentindo a pior pessoa do mundo, e do jeito escroto de se dizer.

7 de fevereiro de 2007

Amor e morte (post macabro)(?)

Por que a moral humana nos torna incapazes de aceitar a morte de um semelhante? Não permitimos a seleção natural, um homem de 28 anos que tem um enfarto é salvo pela medicina e repassa seus genes defeituosos a seu filho que, premonizemos, também enfartará na juventude. Será que não é egoísmo nosso salvar a vida das pessoas que tem problemas graves de saúde, talvez até por pensar: "se fosse eu doente, eles conservariam a minha vida também"? Me parece que estamos ferindo um bem maior, a seleção natural. Daí que inventam terapia genética, bebê de proveta*, clones, ou seja, uma seleção artificial, para compensar. Me pergunto se não é errado esquecermos que somos animais. E também me perguntose somos mais felizes artificializando tudo. Será que não romantizamos, emocionalizamos demais as situações e por isso não permitimos acontecimetos como a morte? É curiosa a ironia: as coisas que nos tornam mais humanos são um paradoxo. De um lado somos superiores aos demais animais pela racionalidade, pelo conhecimento, pela ciência! Essas coisas nos mostram como a natureza funciona, e como ela melhora a si mesma a cada geração. Entretanto, somos incapazes de aceitar a morte de outros homens com saúde precária (por motivos genéticos). "- Sou humano, minha cara. I just have to save him."

Observação: não estou dizendo que uma coisa é certa e outra é errada, não interpretem o um sentimento por trás das palavras. Estou apenas pensando sobre o assunto.

*salvo o caso de acidentes ocorridos após o nascimento da mãe.