Mais um textinho que encontrei nos meus arquivos. Esse foi pra uma aula de produção de texto na faculdade, feito sem muito empenho. Mas crônica é pra ser algo leve, mesmo... e deixemos o moribundo blog suspirar!
Ponderando a respeito da existência da felicidade numa gostosa manhã de chuva, percebi que, antes, precisava saber o que é felicidade. É como querer saber se bolas quadradas existem - argumentei comigo mesma -, preciso saber primeiro o conceito de bola e o de ser quadrado. Achei o exemplo esdrúxulo, mas acabei por aceitá-lo.
Decidi, então, buscar uma resposta simples, pois ouvi dizer que isso diz mais que tese de doutorado. Perguntei à faxineira de minha casa:
- Dalva, para você, o que é felicidade?
Sem demora, ela me respondeu:
- É ter dinheiro ter condição de dar o sustento dos meninos...
- Mas Dalva, e aquelas pessoas riquíssimas e mesmo assim infelizes?
- Essas não sabem agradecer a Deus pelo que têm!
Fiquei pensando que talvez não fosse apenas ter dinheiro, mas trabalhar pelo dinheiro e, então, nesse caso, ter emprego seria fator essencial para chegar a essa felicidade endinheirada. Comentei com Dalva as minhas inferências "filosóficas";
- Felicidade é não ter que responder a pergunta complicada! - disse-me ela, cheia de sarcasmo.
E por longos cinco segundos pensei se não deveria mudar de curso universitário para, quem sabe, ser capaz de alcançar a tal felicidade: filosofia dando dinheiro e não respondendo pergunta complicada não faz parte do pacote. Descobri que prefiro fazer uma tese de doutorado sobre isso.
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