[Ensino superior]
O plebiscito sobre o REUNI está acontecendo em nível nacional e foi organizado na UFRN nos dias 04 e 05 de Junho, nos setores de aulas I e II, por alunos dos cursos de História e Ciencias Sociais, pretendendo trazer à tona a opinião dos estudantes.
O plebiscito no âmbito da UFRN põe em foco, além da discussão sobre o REUNI, também problemas como o projeto de Fundações Estatais de direito privado que, conforme os organizadores, provocará a cobrança de taxas nos serviços realizados ao público pela UFRN, como no Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL.
O REUNI é o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais que, conforme o discurso do presidente da República, Luiz Inácio “Lula” da Silva, veiculado no sítio Acertos de Conta, “o Reuni vai aumentar a carga de trabalho nas universidades federais. A média de alunos por professor vai sair de 12 para 18, e vai ter cursos à noite. Isso significa colocar mais 400 mil jovens, até 2012, nas universidades já existentes, fora as novas que estamos criando, que são 10. Nós estamos fazendo isso porque entendemos que o Brasil não pode jogar fora mais nenhuma oportunidade.” Porém de acordo com Bruno Dantas, aluno do curso de História e um dos organizadores do plebiscito na UFRN “o governo Lula quer aumentar o número de brasileiros formados para melhorar as estatísticas educacionais do país”.
A participação da UFRN no REUNI foi voluntária, onde o CONSUNI – conselho universitário formado por professores, funcionários, o atual reitor, reitores anteriores e representantes do DCE (Diretório Central dos Estudantes) - aprovou a proposta do programa de reestruturação e expansão. Eles decidiram que o projeto irá trazer benefícios como aprimorar a qualidade de ensino e quantidade de ofertas de vagas, oferecendo novas oportunidades.
A UFRN ao entrar no REUNI assume o compromisso de realizar algumas mudanças como a melhoria da graduação, diminuindo a taxa de retenção e evasão, melhorar a formação didático-pedagógica do corpo docente, além de criar 11.171 novas vagas até o ano de 2012. Ela planeja realizar algumas mudanças como contratação de funcionários e 344 professores, reformar a estrutura física para suportar a demanda de novos alunos, sendo prioridade as ações de infra-estrutura. Mas os universitários afirmam que a verba vinda para a reforma não será suficiente para comportar os novos alunos, como por exemplo, construir 250 novas residências universitárias não irá satisfazer a demanda de alunos que se deslocam do interior do estado, assim como a ampliação do restaurante universitário que está prevista para 2010 pode chegar a não acontecer.
O Chefe do Departamento de Filosofia da UFRN e professor de Filosofia Política, Antônio Basílio N. T. de Menezes, diz que “a idéia de abrir a Universidade para a sociedade e aumentar a capacitação tecnológica e humana é uma coisa boa, é a própria razão de ser da Universidade.” Conforme o professor, os blocos que vêm sendo construídos no último ano são de verbas do REUNI que chegaram neste ano de 2008. Dessa verba, cerca de 70% foi para investimentos em infra-estrutura.
Sendo que no Decreto Nº. 6.096, de 24 de abril de 2007, o REUNI assume a meta de graduar 90% de alunos e ampliar a relação de 12 a 18 alunos para cada professor e caso este decreto não seja cumprido nos cinco anos após o inicio do plano a instituição passará a não receber os recursos do programa. “É na prática que começam a aparecer os pontos negativos, a respeito da sobrecarga de trabalho, queda do nível de ensino e falta de espaço”, afirma Antônio.
Diz ainda o professor: “essa verba vem, na prática, para cobrir buracos, suprir as necessidades atuais da própria universidade, já tão sucateada. Depois de resolver esses problemas, a Universidade fica com boa estrutura para os alunos que tem hoje. Mas ela terá que cumprir com o acordo com o governo. Será que ela realmente comporta o nível de crescimento que o REUNI pede?”
Os alunos afirmam que não houve democracia, pois o conselho é composto por 70% de professores e apenas 4 estudantes eleitos pelo DCE, então uniram-se com as seguintes entidades e organizações: DCE UFRN, Sintest, Conlute, Conlutas1, e os Centros Acadêmicos de Comunicação Social, Direito e História, Sindicato dos Bancários, estudantes de ciências sociais, história, geografia e decidiram tentar promover um debate com a universidade e para isso realizaram o plebiscito. Com base na decisão da maioria, tentarão opinar sobre o assunto com a UFRN.
Contudo, o resultado do plebiscito não será considerado apenas nesta instituição uma vez que também está sendo realizado nas demais universidades federais do país. Os resultados serão contabilizados e caso sejam recolhidos 100 mil votos em todo Brasil contra a aprovação do projeto, os Conselhos das universidades terão de rever a sua implantação.
ALUNOS DA UFRN REALIZAM PLEBISCITO SOBRE O REUNI
Programa do governo de melhorias na universidade federal desagrada estudantes, que prevêem a diminuição na qualidade de ensino O plebiscito sobre o REUNI está acontecendo em nível nacional e foi organizado na UFRN nos dias 04 e 05 de Junho, nos setores de aulas I e II, por alunos dos cursos de História e Ciencias Sociais, pretendendo trazer à tona a opinião dos estudantes.
O plebiscito no âmbito da UFRN põe em foco, além da discussão sobre o REUNI, também problemas como o projeto de Fundações Estatais de direito privado que, conforme os organizadores, provocará a cobrança de taxas nos serviços realizados ao público pela UFRN, como no Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL.
O REUNI é o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais que, conforme o discurso do presidente da República, Luiz Inácio “Lula” da Silva, veiculado no sítio Acertos de Conta, “o Reuni vai aumentar a carga de trabalho nas universidades federais. A média de alunos por professor vai sair de 12 para 18, e vai ter cursos à noite. Isso significa colocar mais 400 mil jovens, até 2012, nas universidades já existentes, fora as novas que estamos criando, que são 10. Nós estamos fazendo isso porque entendemos que o Brasil não pode jogar fora mais nenhuma oportunidade.” Porém de acordo com Bruno Dantas, aluno do curso de História e um dos organizadores do plebiscito na UFRN “o governo Lula quer aumentar o número de brasileiros formados para melhorar as estatísticas educacionais do país”.
“A idéia de abrir a Universidade para a sociedade e aumentar a capacitação tecnológica e humana é uma coisa boa, é a própria razão de ser da Universidade. Na prática, é que o REUNI apresenta seus vários pontos negativos”
Antônio BasílioN. T. de Menezes
Professor e Chefe do Departamento de Filosofia – UFRN
Professor e Chefe do Departamento de Filosofia – UFRN
A UFRN ao entrar no REUNI assume o compromisso de realizar algumas mudanças como a melhoria da graduação, diminuindo a taxa de retenção e evasão, melhorar a formação didático-pedagógica do corpo docente, além de criar 11.171 novas vagas até o ano de 2012. Ela planeja realizar algumas mudanças como contratação de funcionários e 344 professores, reformar a estrutura física para suportar a demanda de novos alunos, sendo prioridade as ações de infra-estrutura. Mas os universitários afirmam que a verba vinda para a reforma não será suficiente para comportar os novos alunos, como por exemplo, construir 250 novas residências universitárias não irá satisfazer a demanda de alunos que se deslocam do interior do estado, assim como a ampliação do restaurante universitário que está prevista para 2010 pode chegar a não acontecer.
O Chefe do Departamento de Filosofia da UFRN e professor de Filosofia Política, Antônio Basílio N. T. de Menezes, diz que “a idéia de abrir a Universidade para a sociedade e aumentar a capacitação tecnológica e humana é uma coisa boa, é a própria razão de ser da Universidade.” Conforme o professor, os blocos que vêm sendo construídos no último ano são de verbas do REUNI que chegaram neste ano de 2008. Dessa verba, cerca de 70% foi para investimentos em infra-estrutura.
“Essa verba vem, na prática, para cobrir buracos, suprir as necessidades atuais da própria universidade, já tão sucateada. Depois de resolver esses problemas, a Universidade fica com boa estrutura para os alunos que tem atualmente”
professor Antônio Basílio
Sendo que no Decreto Nº. 6.096, de 24 de abril de 2007, o REUNI assume a meta de graduar 90% de alunos e ampliar a relação de 12 a 18 alunos para cada professor e caso este decreto não seja cumprido nos cinco anos após o inicio do plano a instituição passará a não receber os recursos do programa. “É na prática que começam a aparecer os pontos negativos, a respeito da sobrecarga de trabalho, queda do nível de ensino e falta de espaço”, afirma Antônio.
Diz ainda o professor: “essa verba vem, na prática, para cobrir buracos, suprir as necessidades atuais da própria universidade, já tão sucateada. Depois de resolver esses problemas, a Universidade fica com boa estrutura para os alunos que tem hoje. Mas ela terá que cumprir com o acordo com o governo. Será que ela realmente comporta o nível de crescimento que o REUNI pede?”
Os alunos afirmam que não houve democracia, pois o conselho é composto por 70% de professores e apenas 4 estudantes eleitos pelo DCE, então uniram-se com as seguintes entidades e organizações: DCE UFRN, Sintest, Conlute, Conlutas1, e os Centros Acadêmicos de Comunicação Social, Direito e História, Sindicato dos Bancários, estudantes de ciências sociais, história, geografia e decidiram tentar promover um debate com a universidade e para isso realizaram o plebiscito. Com base na decisão da maioria, tentarão opinar sobre o assunto com a UFRN.
Contudo, o resultado do plebiscito não será considerado apenas nesta instituição uma vez que também está sendo realizado nas demais universidades federais do país. Os resultados serão contabilizados e caso sejam recolhidos 100 mil votos em todo Brasil contra a aprovação do projeto, os Conselhos das universidades terão de rever a sua implantação.
1 Sintest: Sindicato Estadual dos Trabalhadores
em Educação do Ensino Superior;
Conlute: Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes;
Conlutas: Coordenação Nacional de Lutas.
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Reportagem: Analice Soares e Wlly Juliana
Foto: Roberto Luciano
em Educação do Ensino Superior;
Conlute: Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes;
Conlutas: Coordenação Nacional de Lutas.
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Reportagem: Analice Soares e Wlly Juliana
Foto: Roberto Luciano