29 de setembro de 2006

Luz e Sombra

nota: o texto a seguir é fictício


A luz suave incide sobre a parede da cozinha, revelando uma mancha no relógio que, sem mais funcionar, marca eternamente duas horas e vinte e cinco minutos e, até que resolvesse consertá-lo, serve de enfeite naquele ambiente cuidadosamente desarrumado. É um dos presentes de casamento dos avós, ambos falecidos. Acha-o belo, gosta das coisas antigas, do entalhe na madeira. Agrada-lhe tanto o rebuscado quanto o moderno. A casa possui dois computadores, utensílios modernos, abajures fluorescentes. Mas estas coisas a luz nem a memória não revelam no momento. O que é a Internet, os jogos, a vida online, diante aquela luz que ilumina tranqüilamente aquele ambiente familiar? Uma luz, e o que não é luz é penumbra. Parece seu coração. E no coração não tem computador para distrair.

Levanta-se e pega uma flanela que descansa por cima da pia sem louças. Espirra um produto químico de odor irritante no tecido e põe-se a limpar o relógio. Uma mancha ínfima, nem faz muita diferença para os eventuais visitantes – estão mais preocupados em ver as horas de verdade e sempre acabam consultado seus celulares. A mancha não sai, então volta a peça para seu lugar anterior. A luz incide sobre uma mancha, que não sai, de um belo antigo relógio.

Quanto tempo ficara ali no sofá verde antes de perceber a mancha? Na boca, um gosto estranho, não há fome, talvez um pouco de sede. Tomara café da manhã , lembra disso. Lavou a louça também, coisa rara, costumava esperar que a encarregada lavasse, não tinha tempo, não tinha vontade, contratara alguém para lavar não só a louça, como a roupa e o chão também. A pessoa não veio, não era o seu dia [de vir]. Talvez não fosse o dia de ninguém. Então como foi parar no sofá, quanto tempo ficou, havia luz? Tudo que vê é a penumbra nas lembranças, a luz clareou sua mente no presente, como no presente iluminou a sua cozinha.

Sempre tem tantos pensamentos! Ao mesmo tempo, parece que nenhum, pois, como diz Schopenhauer, deve ter pensado muito pouco para ler tanto. Então não é sempre, talvez metade do tempo de cada dia. Uma parte, desperta, não pensa, só lê, escreve, fala e reproduz atos. Na outra, dorme, e então consegue pensar. Mas não lembra depois, não quer lembrar, faz de conta que não lembra, lembra e sofre, às vezes ri. Se você aceita o riso, aceita o choro também. O discutivelmente bom e velho tudo ou nada.

Hoje não é dia de tragédia, não é dia de choro, nem de riso, hoje não é dia de nada. Tem um sofá, uma luz, mancha e relógio. Uma incógnita também há, mas não recorda nada, não quer recordar, faz de conta que não recorda, não! Não há nada para recordar. Pensa, agora, no presente, às vezes no futuro; sente a sede e decide pegar um copo com água. Entretanto, quando a sede se for, o que fará?

7 de setembro de 2006

Nulo??

Voto nulo??? Alguém vai acabar sendo eleito. Alguém que vai fazer as coisas em meu nome e usar meu dinheiro. Quer que eu simplesmente ignore isso??


nota: 0,2% dos candidatos para deputado falou sobre política ambiental :(

3 de setembro de 2006

Política e desânimos




Tô chateada, hein. Não consigo fazer uma redação interessante (e simples) para o concurso de oratória em língua japonesa. Falta tão pouco... tô bastante desestimulada. Que saco!


Não sei em quem voto para governador nem senador. Especialmente o último. Não gosto de Garibaldi nem de Rosalba, são caricaturais demais! Aquele tipo de político que faz, faz sim, um pouco, a curto prazo, só pra mostrar na propaganda da eleição seguinte. Isso é um cu. Acho que votarei em Vilma para governadora, ela quebra o galho... porém, se alguém souber de outro melhor, dizei-me, pois estou muito interessada!

As propagandas para deputado federal são 'paia' demais... nem dá pra saber direito se os caras são legais, o jeito é sair procurando no Google! Por enquanto, fica Fátima (1313).

Quanto a presidente... Deus me livre votar no Alckmin! Esse cara é tosco demais. Ele é bem político, liberal, não dúvido que ele seja capaz de exercer o cargo, mas seria a mesma coisa dos outros, sem substância, sem mudança... sem falar que ele fodeu São Paulo! Todos nós sabemos que o Brasil (e qualquer outro país!) precisa de emprego, segurança, educação e saúde, isso não é nenhuma novidade. O que Alckimin e 99% dos políticos parecem dizer lutar é por emprego, dinheiro, emprego, dinheiro... A velha indústria política do desemprego. Na boa, a população é pobre, miserável, mas realmente seremos mais felizes só por produzirmos, produzirmos, produzirmos...??? Produção, sim, desenvolvimento, sim, mas consciente! Caramba, que estamos fazendo com o meio ambiente? O que adianta, REALMENTE, gerar um monte de emprego e mostrar nas propagandas que o Rio Grande do Norte é exportador fuderoso de camarão, se estão matando os mangues, fodendo os rios e matando a biodiversidade? E se o cara está lá trabalhando, enchendo a barriga da família, duvido que ele se importe alguma coisa com o quanto aquela área onde ele trabalha está sendo danificada. E os vândalos? E os vagabundos? Tem gente que até tem, digamos, oportunidades, mas não sabe realmente pra que estudar, qual a importância de ir a escola, essas coisas... Educação é um negócio muito doido, e eu venho percebido isso ainda mais quando comecei a estudar Filosofia na universidade. Espero que a lei de implementar a disciplina no ensino médio dê certo, mesmo, e que os professores sejam bons profissionais.

Bom, mas voltando à política... o Cristovam Buarque (12) é o candidato que tem as propostas mais coerentes, na minha opinião. E não só de educação, educação, educação, como o pessoal brinca por aí. Eu vi umas entrevistas dele, li uns negócios na internet, e achei muito bacana. Uma vez, numa aula de Laboratório de Lógica, estávamos discutindo a importância da lógica argumentativa, e que tem filósofos com idéias diferentes a respeito de uma mesma coisa, mas ambos com discurso coerente, bem estruturado, e você fica muito louco porque se convence das duas coisas! Então um cara falou que é uma questão de escolha, ao que a Vilma respondeu que não era realmente uma escolha diretamente, e sim aquilo que responde aos seus questionamentos, às dúvidas, aquilo que toca você. E sinceramente, a revolução democrática que o Cristovam propõe me deixou até meio que emocionada. Ô!

É certo que eu não posso afirmar que ele fará tudo o que propõe, se for eleito. Mas nós podemos fazer isso, realmente, com algum outro político? Só tem um jeito de saber! Cabe a nós pesquisarmos e não apenas nos deixarmos levar por aqueles que jogam propagandas lindas na cara da gente, quase dando tapas.

Ah, eu também curto a Heloísa Helena, pra caramba, se não fosse o Cristovam eu votava nela. Porém prefiro ela como ministra, causando rebuliço nas votações!


Curti o que o vice de Cristovam falou na propaganda, algo assim: "ética é ter vergonha na cara, coisa que falta em muitos políticos. E em muitos eleitores que votam nesses políticos!"... hahaha! Muito doido!! :D


http://cristovam12.com.br