12 de maio de 2012

São Paulo altos e baixos



















Sobre algumas das melhores e algumas das piores coisas que já fiz na vida:

elas se passaram em São Paulo. A parte das piores se concentra na capital - a qual, aliás, não curto: tudo muito grande, tudo muito cinza... zzZz. Prefiro o Rio de Janeiro. (Devo dizer isso provavelmente porque só fiquei no Leblon...)

Entre algumas das melhores coisas que já fiz na vida e que se passaram em São Paulo, uma foi ter feito uma pequena viagem intermunicipal de moto! Aaaah, que delícia sair da Av. Paulista e ir se embrenhando no mato a caminho de Mogi das Cruzes! Aaah, que delícia quase perder a vida numa ultrapassagem tresloucada entre um caminhão e uma Kombi na rodovia Mogi-Dutra... bem, agora que terminou e eu continuo viva acho que foi ótimo mesmo. 

Entre as piores está 1) quando eu me encontrei sozinha no metrô sem dinheiro, sem crédito no celular, sem perspectiva de pra onde ir ou o que fazer, e acabei me envolvendo numa pequena fria sem Bino; 2) uma exposição artística no SESC Pompeia. 

Quando você se considera uma pessoa um pouquinho culta e apreciadora, ao menos diletante, das artes, é algo muito curioso ter como momento horripilante da sua vida uma exposição artística. Pensando bem, é quase um carimbo de caipirice - e não importa quantos livros eu leia "a menina da fazenda educadinha ainda é a menina da fazenda", já dizia meu ex-namorado pra encher meu saco (aliás, justamente quando estávamos no Leblon e eu chorando no colo dele porque eu percebi que era caipira. Deve ser coisa de libriano...)

Pois bem, este mesmo senhor me levou todo empolgado para uma grande sala com gelo seco bem forte, onde não se podia ver nada a mais de um palmo de distância. Eu fui toda sorridente e feliz por compartilhar com ele aquele lugar que tanto o divertia, quando então fiquei completamente apavorada! A porta se fechou por trás e ficou camuflada, imagine, eu numa sala sem ver a porta de saída, sem saber se eu ia dar de cara com a parede, sem porra nenhuma por todos os lados!!! Aaaaargh

Que fique bem clara a cena, vou dar os dois pontos de vista: apareciam pessoas caminhando sozinhas e pensativas, crianças correndo e rindo, casais parados conversando... Barulho e normalidade. E então a visão passa ser minha, em câmera lenta, sem trilha sonora, total silêncio no fundo branco - eu, com os olhos arregalados, com as unhas fincadas no braço do meu acompanhante, sentindo a respiração falhar! *drama* 

Gente, vocês não tão vendo pra onde tão andando! Nem por onde! Se é seguro! Quem vão encontrar! Qual a dimensão do local! Onde está a saída!!

Oh wait

Não sei realmente se a intenção era mesmo ter esse lance metafórico todo. Se foi, eu devo ter sido o público perfeito: pessoa hiper-controladora da realidade (quase um Mentat, se fosse um personagem de Duna)... preciso de dados, dados, dados!

No fim, teve um efeito catártico e a longo prazo (será que eu posso mesmo dizer que foi uma das piores experiências? Foi ruim na hora!)

Mas no fim, também, só aumentei a minha fama de matuta.