Morena, moça de 18 anos, era branca mas tinha cabelo preto: sempre tinha que explicar. Ainda não era mulher porque nunca havia amado, argumentava, por isso digo moça. Conheceu José Aloízio em dezembro do ano anterior e o achou um homem distinto, tinha jeitão maduro, mal sabia ela que era moço também; já havia amado, é verdade, contudo era virgem, virgem.
27 de janeiro de 2011
25 de janeiro de 2011
Ódio semi-pornográfico
Houve um dia que o homem com seu Cadillac comprou um sanduíche no drive-thru. Ficou pensando alto: porra, estamos no Brasil, deveria haver uma palavra ou expressão adequada que substituísse esse letreiro das lanchonetes... e de farmácias também, aparentemente. Sua namorada, cuja presença ele havia esquecido, lembrou-lhe que estavam num Cadillac e isso também era muito inadequado: deveriam estar numa Pajero, muito mais na moda. "Mas que mulher pentelha", pensou consigo o homem, ao que a mulher retrucou telepaticamente: cretino! Tão out. Tentaram se lembrar do porquê diabos estarem juntos, concluindo silenciosamente que ela era gostosa e ele... ela não lembrava porque estava com ele.
De volta para casa, a mulher entregou-se ao colóquio mental sobre suas motivações afetivas para com aquele senhor. Aliás, havia afeição mesmo? Era cômodo, de algum modo, mas isto não era importante, o que ela queria saber naquele momento era por que ele, afinal poderia ser cômodo com vários outros menos idiotas. O idiota do Cadillac. Ora. Ligou-lhe e disse sem cerimônia que não conseguia descobrir a motivação para ser namorada dele, ao que ele retrucou afetadamente que não há razão na paixão dos enamorados. A mulher se irritou e o chamou de pinto-pequeno e falso, recebendo risadas em resposta, entre alguns vagabunda-de-merda e biscate-furada, até que tudo ficou mudo.
Três semanas depois encontraram-se no show do Jota Quest, bêbados, treparam como dois animais na casa do amigo voyeur que lhes ofereceu carona e, pela manhã, ficaram a tentar lembrar por que diabos tinham rompido o relacionamento.
20 de janeiro de 2011
Ai, tia!
Palíndromos feitos em 2006, depois de ter lido o artigo da revista piauí n.2!
"Ah, lar gótico!" cito Gralha.
"Ah, lar gótico!" cito Gralha.
Logo a Rita atira o gol.
Seco de só lê-lo se doces.
A cessar, Iêda cadeiras seca.
Ada Pirata, galera má, amarela gata ripada.
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